terça-feira, 21 de julho de 2009

Palavras no papel

Eu penso as palavras um montão de vezes na minha cabeça, repetindo-as em diferentes entonações. Mas elas perdem inteiramente o sentido quando as escrevo no papel.

Poesia falada na minha mente significa bem mais do que palavras escolhidas e dispostas num caderno de forma tradicional.

Acho que não sei escrever poesia, só sei pensá-la, senti-la. Respirá-la em toda parte.

A poesia perde um pouco do sentido quando ganha forma em palavras. Deixa de ser abstrata borboleta voando pelo ar e se prende num plano bidimensional de onde só se liberta por uns instantes ao ser lida em voz alta numa entonação ritmada.

Poesia é música.

Um turbilhão de pensamentos narrados em palavras invade minha mente todas as noites quando fecho os olhos. Talvez o silêncio seja tão incômodo que eu precise encher de som a minha cabeça. E minha voz sempre soa mais bela do que na verdade é dentro dela.

Eu penso com mais rapidez do que consigo escrever e às vezes alguns pensamentos acabam se perdendo.

De repente um vazio domina minha mente e sinto que o momento criativo passou. Posso dormir tranquila. E quem sabe, sonhar sem palavras.