sábado, 29 de novembro de 2014

27/11/2014

Não foi como eu pensei que seria.
O lugar, a hora, o cabelo, nada foi como imaginei. 
Mas aconteceu mesmo assim.
Desci do ônibus em um sinal fechado, o vento cobriu de cabelos o meu rosto. 
Descobri meus olhos e lá estava você.
De tantas maneiras imaginei esse momento, em tantos cenários... Mas esqueci de pensar no que diríamos um pro outro. Não havia o que dizer, na verdade. Um riso nervoso. Um suspiro dolorido. Os assuntos de praxe (como foi a viagem, e a faculdade, como está). Olhares que refletiam o passado. E as coisas que realmente importavam, carregadas para longe pelo vento. Tchau. Tchau.
Você vai embora na sua bicicleta sem olhar pra trás uma vez. 
Eu olho três. 
Penso que se tivesse ocorrido como imaginei, o fim teria sido o mesmo: você lá com sua vida e eu cá com minhas palavras. Aquelas que não tenho coragem de dizer e você já não tem interesse em ouvir. 
Tudo agora é passado.
Olho pra trás mais uma vez e já não te vejo; dobrou a esquina.
Só me resta, enfim, seguir em frente.