sábado, 30 de julho de 2011

Decerto foram as nuvens, em sua beleza lânguida, que nos trouxeram até aqui, onde agora encaramos o horizonte.


Mas como esquecer do encanto da lua, que numa tarde qualquer (também de nuvens) me fez pensar em te querer de forma tão inesperada?


Que fez eu querer me perder em devaneios tão maravilhos, no calor do teu beijo, no conforto do teu abraço?


Ah, essa lua, que agora nos banha com sua luz admirável, certamente é a culpada pelo brotar desses sentimentos tão doces, desse amor tão fresco, tão calmo, tão belo.


E é para a noite que saio agora, ao encontro do meu amor, sob o encanto luminoso da lua cheia.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Nuvens

Nuvens como flocos de algodão coloridos cobriam o céu vespertino no dia em que te conheci. Seu riso era como música que inundava de alegria a minha tarde vazia. E eu me lembro que só queria dançar e dançar até me transformar na doce melodia do seu sorriso.


Foi quando você me beijou. E as nuvens ficaram brilhantes e explodiram no céu como fogos de artifício, enchendo de luz e cor a minha existência triste.


E daquele dia em diante, a condensação é o meu estado da água preferido.

domingo, 24 de julho de 2011

Poeminha

De mãos dadas
pela vida
vendo o dia
amanhecer

Nada temo
quando tenho
teu amor
pra me aquecer

terça-feira, 19 de julho de 2011

Devaneio Sísmico

Inspiração devaneada em conjunto com Thiago Sabb, do blog: http://paradoxosismico.blogspot.com/


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E naquelas nuvens alaranjadas, quase sentia o sabor artificial daquela bala que comíamos no colégio. O gosto da sua boca no primeiro beijo.


Que gosto doce teriam aquelas nuvens, e tão macias como o seu abraço naquela tarde ensolarada, sentados na grama, olhando o céu


Com toda aquela cor, nem lembrava a cor do céu ou da grama e tampouco do sol. Só lembrava a cor da sua pele, branca, em que se concentram todas as cores. Da sua boca, não há como esquecer, pois era a mesma que tomava conta das suas maçãs quando eu lhe roubava mil beijos.­


Quanto ao perfume que se desprendia de seu pescoço– melhor que o aroma da grama recém-cortada ou da terra pela chuva lavada–, este era o cheiro que se impregnava em meus cabelos, no meu travesseiro, e do qual eu não queria me livrar jamais.


Hoje, vejo que éramos só crianças –com sentimentos adultos– e que talvez muitos adultos nunca sentiram, quiçá sentirão algum dia. O mais puro, honesto, e ao contrário do poeta, o sentimento que não existia ciúmes, não para nós.­


No céu, agora, vejo as mesmas nuvens alaranjadas daquela tarde, mas o momento é outro, tão distante da beleza que foi um dia. O céu que está acima de mim pode ser o mesmo acima de você, mas o chão sem dúvida não é o mesmo, e eu já não ando pela mesma grama que costumávamos nos deitar.


Mas a noite, ainda consigo sentir o seu cheiro no travesseiro, dos dezoito aos trinta. As vezes me pego em um devaneio ou outro, tentando imaginar como seriam nossos frutos. Imagino que seriam de laranja.­ Doce como a sua boca naquele nosso primeiro beijo.




por Luiza Leite e Thiago Sabb

domingo, 10 de julho de 2011

Janela

Gostei das nuvens alaranjadas e esparsas sobre o céu azul-claro que apareceram na minha janela hoje.
Gostei também do azul quase negro que veio com a noite e com a lua prateada que se instalou depois.
E gostei das estrelas que se acenderam pra acompanhar.

Mas gostei mais ainda quando você me apareceu, na janela do computador, a quilômetros e horas de distância, só pra dizer que me ama.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

devaneio secreto

Sua voz soa como música nos meus ouvidos. Nem me atento às palavras que saem de seus lábios, elas não me interessam, não me dizem nada sobre você; falam de algo que eu preciso saber, mas não quero, não agora. Fecho os olhos e ouço só a sua voz, esse timbre aveludado que me faz sonhar acordada, me faz pensar como seria o gosto na boca. Vou mudando as suas palavras, e pouco a pouco, um discurso sobre história da arte vira um sussurro apaixonado soprando perto da minha orelha e eu sorrio com os olhos fechados, pensando no meu segredo.
 
Ninguém sabe dos meus devaneios.
 
À noite você me acompanha até em casa, vamos caminhando pelas ruas escuras e dessa vez eu nem me atento para os perigos da cidade, meus olhos e ouvidos estão só em você, que fala só para mim, olha só para mim, e o momento parece eterno, parece mágico, parece filme - e dou piruetas de balé no meio da calçada pra parecer filme mesmo, e você ri, me chama de doida, e eu sou mesmo. Paro na entrada do meu prédio e o caminho parece que foi curto demais. Você se despede com um aceno, mas este é o meu filme. Seguro sua mão e furtivamente toco seus lábios com os meus e eu sei que você não sabe o que fazer e por isso sorrio na sua boca. Foi pouco, alguns segundos, mas consegui sentir o gosto de chocolate da sua voz de veludo, e isso pra mim já é tudo.
 
Te deixo confuso na calçada, tentando entender, tentando me entender, e o quê fazer depois, e quase sinto pena, se não sentisse um prazer incrível por realizar essa fantasia secreta. E se no outro dia você quiser conversar, e dizer que não vai dar certo, não deve se repetir e é melhor eu desistir, vou sorrir apenas e dizer: só queria saber como era.