sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Sou poeta

Não sou filósofa; há muito que desisti de pensar bem no sentido de cada palavra que brota dos meus dedos quando escrevo. Me cansava. E não parecia natural.
 
Prefiro me pensar como médium: as palavras simplesmente escorrem pelos meus dedos sem que eu tenha total controle delas. Quando vejo já estão lá. E é bem melhor assim. Quase sempre gosto do resultado.
 
Mas me espanto quando me fazem perguntas sobre o que escrevo. Não sei responder. Não sei explicar o que me fez querer dizer determinada coisa. Simplesmente escapou pelos meus dedos de manteiga. Acontece.
 
Os poetas não explicam o que escrevem; simplesmente escrevem. O importante é botar pra fora. Cabe aos outros filosofarem sobre aquelas palavras.
 
Ao poeta, cabe apenas: escrever.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Rosa com defeito

Às vezes me sinto
como uma rosa com defeito

Com perfume,
mas sem alguém que o sinta

Com belas pétalas,
mas sem alguém que as aprecie

Uma rosa é uma rosa
mas o que é uma rosa no meio de muitas?

Uma rosa com defeito
é uma rosa com defeito

E nisso, pelo menos,
ela se destaca.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Doce Liberdade

Abro os braços bem esticados

Respiro o ar fresco que sopra no meu rosto

Fecho os olhos e sorrio pro infinito

Pulo de um penhasco e vou caindo

Sem saber

Se vou me ferir

Se vou me salvar

Se vou continuar

caindo

Sem rumo

Sem medo

De me perder

De me encontrar

De procurar

De me machucar

De amar

Num dia mergulho em águas calmas

Noutro me afogo em ondas turbulentas

Sempre uma aventura

Uma novidade

.

.

.

É doce a liberdade.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Lentes Cor-de-rosa

Eu tenho um problema. Acho que é um defeito de nascença ou uma disfunção adqurida ao longo dos meus 19 anos por influência de livros e filmes. Sou romântica.
 
Isso é doença? Não. É grave? Depende. Meus amigos me repreendem às vezes por ser romântica demais. Ora, demais que o quê? Que o normal permitido, aceito? Não faz muita diferença. Nunca achei que fosse ser apenas uma pessoa normal.
 
Vejo o mundo por lentes cor-de-rosa. Tudo é possível no universo em que vivo. Sou capaz de enxergar romances em praticamente qualquer lugar. Desde um desenho animado esportivo até diálogos de um livro didático de francês.
 
Uma troca de olhares entre estranhos na rua pode virar uma grande história de amor. Um beijo pode fazer duas pessoas se apaixonarem irremediavelmente uma pela outra. Não existem amores incorrespondidos: eles só o são porque um não sabe que o outro o ama; quando ambos sabem, os sentimentos revelam-se mútuos e pode-se escrever um "felizes para sempre" na história deles.
 
Isso tudo são mentiras que conto a mim mesma na esperança de que um dia se tornem reais? Talvez. O que nunca foi idealizado jamais será realizado, é o que eu penso. Que mal faz sonhar? Deixa tudo mais alegre, mais bonito, mais cor-de-rosa... A vida pode ser exatamente do jeito que ela é. Ou ela pode ser assim só que muito mais feliz, se acreditarmos nas surpresas do amor.
 
Por isso sou romântica. Demais, até. Não significa que eu não me desaponte de vez em quando; que eu não sofra com o amor; que às vezes eu acabe me cegando e não enxergando a verdadeira realidade. Mas se fugirmos do amor, nunca saberemos o quão maravilhoso ele é. Por isso estou sempre com os olhos abertos, sempre buscando e identificando possíveis romances.
 
É claro que podemos tentar agir com cautela. Mas é difícil pôr freios nos sentimentos apaixonados. Tão difícil que ainda não sei se aprendi. Ainda me machuco, confundo as coisas... Mas é assim que se aprende, não é? Caindo e levantando em seguida.
 
Porque mesmo com tantos altos e baixos, desilusões, tristezas... Ainda é muito bom acreditar que o amor é possível. Que a vida real pode ser como num filme romântico. Que nós somos personagens das mais lindas histórias de amor. E somos nós que as escrevemos. Todos os dias. Quando encaramos a vida com olhos apaixonados. Por trás de lentes cor-de-rosa.

A-M-O-R

Amor
Quatro letrinhas aleatórias
Que ordenadas dessa forma
Traduzem um sentimento tão bonito, tão feliz
Tão sorrisos e suspiros e sonhos coloridos
Que é até fácil esquecer
Das lágrimas e mágoas
Que por vezes acompanham
Essas letrinhas tão simpáticas

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ah, se... (suspiro)


Ah se cada suspiro meu por ti
fosse um sorriso teu para mim...

Se os meus devaneios e sonhos
virassem realidade nos teus atos...

Se em vez de estar aqui sozinha
tua presença me fizesse companhia...


Se ao menos estivesse junto a mim...


Mas quem seria?
Aonde estaria?

Minha única certeza
é não saber o nome
daquele que me faria assim
tão feliz...