quinta-feira, 19 de abril de 2012

Love can be easy,
when you free yourself from misery
But it can be hard
if you don't give voice to your heart

Love can set you free
if you just relax and let it be
But if you don't give yourself a break
you're in the way to making big mistakes

Take it easy, little girl
it's not the end of the world
lay back, watch the stars above
and finally give a chance to love

sábado, 14 de abril de 2012

É noite

É noite, amor
vem ficar
perto de mim
vem dissipar
o sonho ruim
e me deixar
dormir enfim.

É noite, amor
vem me dar
um beijo
vem matar
o meu desejo
e me fazer
um pão-de-queijo.

É noite, amor
e a lua está linda
a chuva é bem-vinda
e minha tristeza, finda.
Estava do outro lado da rua, bem na minha frente. Era noite, eu estava sem óculos, mas reconheci a visão semi-embaçada mesmo à distância, porque depois de tanto tempo, consigo reconhecer aquele cabelo, o desenho do corpo, o jeito como os pés calçados em tênis caminham pelo asfalto e como os braços se mexem com o movimento, a cabeça virando de lado para olhar os carros enquanto atravessa a rua, a bolsa atravessada pelo corpo, o nariz e a barba sempre cheia.

Reconheço esse perfil mesmo no escuro, de costas, até. Sua presença é marcante demais para não ser percebida. E ainda assim, banal demais para me causar qualquer emoção agora. Observo-o atravessar a rua e sumir completamente do meu campo de visão. Volto o rosto para a frente e continuo meu caminho, sem tremor nas pernas, suor nas mãos ou taquicardia. Subo no ônibus, me sento à janela, olho o mar e me perco na sua cor azul, e daí os pensamentos voam para outros cantos.

Só bem mais tarde volto a pensar na figura que vi na rua, procuro algum sentimento dentro de mim que pudesse se relacionar àquele, agora, estranho, mas não encontro nada no poço que já foi repleto de toda sorte de emoções. O passado já não cabe no meu coração.

(embora continue sendo motor para a minha inspiração)