sexta-feira, 28 de maio de 2010

Palavras perdidas na noite...

E tudo é silêncio, noite, escuridão.
Sorriso triste de quem lembra feliz.
Um riso, um olhar, um beijo.
Tudo some, se esconde, se perde.
 
Onde estou, não sei ser,
quem sou eu, quem é você?
O que faz, o que traz?
Me perdi, me esqueci.
 
E tudo é noite, escuro, vazio.
Silêncio quebrado por voz musical.
Um suspiro, um afago, uma lágrima.
Tudo velado, escondido, enegrecido.
 
Que sinto agora na penumbra
que não me sinto vazia?
Que vejo agora na sombra
que não vejo de dia?
 
Mãos, dedos, toques,
Pálpebras, cílios, olhos
Boca, lábios, dentes
Música, som, voz.
 
Silêncio que canta,
silêncio que grita,
silêncio que chora,
silêncio que ri.
 
Ah, nessa noite escurecida,
ergo os braços e danço até cair.
Danço até o amanhecer,
só pra me despedir de você.

3 comentários:

Veja você disse...

Uma coisa muito bonita (eu, invadido de fragilidade, fragilidade que contesta sua força)
Talvez à força, a força mais silenciosa e (quem sabe?) aguda.

Sabb, Thiago disse...

Arrepiei agora. Acho que mostrou bem o suave e o grotesco.

Parabéns lu, vc ta escrevendo divinamente.

beijos

Anônimo disse...

Tem algumas coisas que eu não gosto no começo - nem sei dizer porquê, talvez seja frescura minha.

Mas falo da parte que não gosto justamente por isso: gostei muito de todo o resto.

(especialmente as antíteses bem feitas!)