terça-feira, 4 de outubro de 2011

Inspiração

30/09/2011


Quanto mais eu a persigo, mais ela me escapa. Inspiração é coisa fugaz, não é fácil de ser capturada. É preciso estar em condições muito favoráveis para que ela se chegue sem ir embora rapidamente. Tais condições são:


- ter papel e caneta sempre à mão
- estar em contato com elementos inspiradores (natureza, música, livros, sentimentos, etc.)
- ter a mente aberta para que entrem toda a sorte de pensamentos


Aí então é capaz que uma inspiração se faça presente, mas raramente ela vem materializada diante de nós. É como um enigma que temos que decifrar. Como manifestá-la é a pergunta mais problemática. Já perdi muitas inspirações por não conseguir decifrar o modo que deveria utilizá-la. Senti o sopro artístico sobre mim, senti que algo de bom sairia se meus dedos se pusessem a escrever. Mas no mesmo instante perdi todas as palavras que conhecia e não soube como expressar a inspiração que me dominara. Aos poucos, sem meio em que pudesse se materializar, vi a energia criativa se esvaindo, indo embora para outro canto, para outro artista mais bem preparado.


Desde então a inspiração me sorri poucas vezes, e nas mais inoportunas, quando estou ocupada com outros assuntos, distraída com meus sentimentos. Tento rabiscar qualquer coisa que me vem à mente, mas não consigo ir adiante – é difícil escrever em um ônibus em movimento, ou mesmo quando se está andando. Foi-se o tempo em que meus sentimentos mais simples conseguiam despertar cargas e mais cargas de inspiração, impulsionando meu cérebro, minha escrita, traduzindo toda essa energia criativa em belos poemas e contos. Agora mal consigo terminar uma história, pequena que seja, e meus poemas não passam da primeira estrofe. Meus sentimentos já não me dizem nada, e desconfio até que andam mesmo adormecidos, anestesiados.


E quem não sente não escreve.

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