terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Lentes Cor-de-rosa

Eu tenho um problema. Acho que é um defeito de nascença ou uma disfunção adqurida ao longo dos meus 19 anos por influência de livros e filmes. Sou romântica.
 
Isso é doença? Não. É grave? Depende. Meus amigos me repreendem às vezes por ser romântica demais. Ora, demais que o quê? Que o normal permitido, aceito? Não faz muita diferença. Nunca achei que fosse ser apenas uma pessoa normal.
 
Vejo o mundo por lentes cor-de-rosa. Tudo é possível no universo em que vivo. Sou capaz de enxergar romances em praticamente qualquer lugar. Desde um desenho animado esportivo até diálogos de um livro didático de francês.
 
Uma troca de olhares entre estranhos na rua pode virar uma grande história de amor. Um beijo pode fazer duas pessoas se apaixonarem irremediavelmente uma pela outra. Não existem amores incorrespondidos: eles só o são porque um não sabe que o outro o ama; quando ambos sabem, os sentimentos revelam-se mútuos e pode-se escrever um "felizes para sempre" na história deles.
 
Isso tudo são mentiras que conto a mim mesma na esperança de que um dia se tornem reais? Talvez. O que nunca foi idealizado jamais será realizado, é o que eu penso. Que mal faz sonhar? Deixa tudo mais alegre, mais bonito, mais cor-de-rosa... A vida pode ser exatamente do jeito que ela é. Ou ela pode ser assim só que muito mais feliz, se acreditarmos nas surpresas do amor.
 
Por isso sou romântica. Demais, até. Não significa que eu não me desaponte de vez em quando; que eu não sofra com o amor; que às vezes eu acabe me cegando e não enxergando a verdadeira realidade. Mas se fugirmos do amor, nunca saberemos o quão maravilhoso ele é. Por isso estou sempre com os olhos abertos, sempre buscando e identificando possíveis romances.
 
É claro que podemos tentar agir com cautela. Mas é difícil pôr freios nos sentimentos apaixonados. Tão difícil que ainda não sei se aprendi. Ainda me machuco, confundo as coisas... Mas é assim que se aprende, não é? Caindo e levantando em seguida.
 
Porque mesmo com tantos altos e baixos, desilusões, tristezas... Ainda é muito bom acreditar que o amor é possível. Que a vida real pode ser como num filme romântico. Que nós somos personagens das mais lindas histórias de amor. E somos nós que as escrevemos. Todos os dias. Quando encaramos a vida com olhos apaixonados. Por trás de lentes cor-de-rosa.

3 comentários:

Gustavo Brasileiro disse...

O amor pode ser o mais doce, inspirador e sublime sentimento ou o mais cruel e massacrante possível. Capaz de elevar o humano ou rebaixa-lo ao limbo. Inebria o coração com ilusões de realidade.
As vezes acontece só numa direção e a rejeição é dilacerante. Pior ainda é a indiferença...

Gustavo Brasileiro disse...
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Gustavo Brasileiro disse...
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