sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um thriller qualquer...


Meia-noite, no estacionamento do shopping. Silêncio. Ninguém a vista. Só um carro parado junto a algumas árvores. Tudo escuro. Lá dentro, suspiros e arquejos. Uma música lenta tocando no rádio. Calças e blusas espalhadas. Nada no corpo, nada na cabeça. Um casal de apaixonados adolescentes inconseqüentes.

Folhas balançando lá fora. Que barulho foi esse?, pergunta a garota. Deve ser o vento, responde o garoto. Beijos e abraços. Mais um barulho. Mais perguntas. Não é nada...

Toc-toc. Susto e gritos! Uma sombra parada do lado de fora bate na janela. Uma alma condenada? Um zumbi sedento de sangue? Um lobisomem esfomeado? Pânico e terror se instalam no carro. Toc-toc. O garoto assustado dá a partida e saem zunindo pelo estacionamento. Ufa! Sumiu. Mais uns beijinhos? Não, melhor ir pra casa. Tem certeza? Tenho. Vamos embora. Então ta.

Uma sombra pára na frente do carro. AAAHHH!!! É o fim. Estamos perdidos! Qual o telefone da polícia? Ai meu Deus do Céu! Vamos morrer! Socorro!

Toc-toc. A sombra bate no vidro. O que fazer, o que fazer? A sombra se aproxima. Espera um pouco... Não é um zumbi! Ufa! Ufa... É um homem. Ele fala. Não escutam. Abaixam o vidro. Ele fala. O shopping fechou, vocês tem que ir embora. Ah... Obrigado. Desculpe. Sem problemas. Até logo.

Ufa! Ufa... Dirigindo, contornando os prédios de tijolinho do shopping... Mais uma sombra! Onde? Ali! Outro segurança... Não! Ah!! Toc-toc. Um homem grande, mancando, de barba comprida, bate no vidro. Medo, pavor... Calma. Não é nada. É só mais um segurança. Não é? Abaixam o vidro. A mão do homem invade o carro. Gritos. AAAHHH!

Pensamentos: Nós vamos morrer! Pai Nosso... Essas crianças de hoje...

O homem fala. Vocês esqueceram o ticket do estacionamento. Não vão conseguir passar pela cancela. Ah... Ah... Obrigado. Boa noite! Zuniram pelo asfalto novamente, assustados, aliviados, cansados. Por hoje chega!

Chegam na porta da casa dela. Finalmente, a salvo! Pára o carro. O rádio tocando. Ele olha ela olha ele. Sorrisos. Carinhos. Beijos, abraços, palavras sussurradas. Fome. Desejo. Ele: Me devora. Ela: Com prazer.

Na manhã seguinte encontraram o carro parado próximo a um canteiro, todo sujo de sangue por dentro, roupas esquecidas no assento do motorista. Nem sinal do dono do carro.

3 comentários:

Domi disse...

Eu adorei ! hahaha

Anônimo disse...

Assim que se faz!!!!!

Excelente final =D!!

madrugadatriste disse...

interessante!gostei me vi em mais uma cena de filme de terror com algo me dizendo dentro de mim que não era nada disso e legal quando a gente le algo que mistura as emoções entre ansiedade e diversão.