sábado, 3 de abril de 2010

Bobagens

Elas não podem ser ditas, assim me disseram. Discordo. É possível dizer tantas bobagens numa só frase! Talvez a questão seja: definir o que é bobagem e o que não é. Acho que depende do contexto. Da pessoa que fala e da pessoa que ouve. É assim com todo discurso, na verdade.
 
Mas com bobagens... É mais relativo. O que eu digo pensando ser bobagem pode soar com importâcia para outra pessoa. Ou talvez eu tire algo de extrema relevância do fundo de minha alma que, quando traduzido em palavras, soe como a maior bobagem do mundo. Bobagens são temperamentais.
 
Bobagens são coisa muito especial. Há quem pense que são apenas bobagens, mas não são não. São ricas, tão ricas! Não há nada de bobo nelas. Mas então por que são bobagens? Ora, porque... Porque quando saem de dentro da gente parecem tão frágeis. Tão indefesas. Pedacinhos de nossa alma tímidos demais para serem considerados importantes. "O que está pensando?", "Ah, nada, bobagem". É sempre bobagem. Mas nunca é de fato. Sempre é coisa importante.
 
Bobagem é aquilo que a gente diz com medo de parecer bobo. Já começa justificando: "Olha, é bobagem...". Favor não confundir com besteira ou bobeira: essas me são outra coisa que aqui não cabe explicar. Voltemos às bobagens. Bobagem é subestimada. Ninguém leva a sério. Mas deveria. Bobagens dizem muito.
 
Aliás... Concordo. Bobagens não podem ser ditas. Elas falam por si só. E as minhas dizem que há algo de muito bobo no motivo de eu ter escrito tudo isso. Mas quem disse que bobagem não tem importância? Tem bastante. E é por isso que escrevi. E me sinto assim tão boba.

2 comentários:

Veja você disse...

Adorei o que foi esmiuçado acima.
Foi um "cala boca", no entanto, foi um chega pra lá num ceticismo barato.

Veja você disse...

no meu ceticismo barato